(texto adaptado da Revista Super Interessante do mês de janeiro 2010 - Alexandre Versignassi e Rodrigo Rezende)
Agora que você já comemorou a passagem de 2009 para 2010, que tal entender o por quê de tanta festa?
A sensação é poderosa. No dia 31 de dezembro você sabe que um ano zero-quilômetro vai tomar o lugar do velho, que já deu tudo o que tinha que dar. Hora de todo mundo se reunir para ver fogo no céu, fazer oferendas para Iemanjá, pular 7 ondinhas, abraçar qualquer estranho que esteja por perto. É a maior festa da humanidade. A grande celebração ao ciclo da vida, que agora recomeça.
Mas o que recomeçou? Você deve concordar comigo que não aconteceu nada de extraordinário à 00:01h do dia 01 de janeiro de 2010, certo? ERRADO. É graças a virada do ano que você está aqui hoje, vivo.
Tudo começou há milhares de anos, quando a humanidade se resumia a poucos seres e nossa única atividade era caçar. Por volta do ano 11.000 a.C. no auge do modo de vida caçador, o homem desenvolveu a sua maior arma, o que diferenciava-o de qualquer outro predador (além da inteligência, claro): a religião. E como religião, o credo de que existia algo realmente maior, além da vida.
Com a coesão das tribos, passamos a nos tornar cada vez mais numerosos e habilidosos e a caça começou a ficar de certa forma escassa. Para piorar, vivíamos um fenômeno que hoje é muito conhecido, o aquecimento global, que naquela época foi simplesmente gerado pelo fim de mais uma era Glacial, e não pelas mãos do homem.
Com a crise na caça, e o aumento da população, a única saída foi o cultivo de terras, gerando plantações para suprir as necessidades alimentares do homem.
Só que aí veio uma surpresa: essa técnica, a agricultura, permitia sustentar de 10 a 100 vezes mais pessoas no mesmo espaço físico. Os que optaram por esse caminho cresceram e se multiplicaram. Mas eles só conseguiram isso porque inventaram um novo deus: o calendário.
Afim de esperar as sementes darem fruto, a humanidade passou a observar a posição das estrelas e a trajetória do sol ao longo do ano. Dominaram assim, os ciclos do tempo e divinizaram o céu.
É esse impulso de divinizar as coisas que faz a vida parecer feita de ciclos. Mas na verdade, são as colheitas que são de fato cíclicas. Ao divinizá-las, nossos ancestrais imprimiram na cultura humana a idéia de que a própria vida se renova a cada ano. E festejar essas renovações era fundamental para que continuássemos vivos.
Oi então amanha tenho uma prova e vai cair esse texto , mais so menos que pergunta que ela pode faze sobre ele?
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