Clara Shih, autora do livro “The Facebook Era”, conversou com participantes do Digital Age 2.0 sobre novas tendências na rede social, o seu futuro e explica porque algumas empresas deveriam ficar de fora de todo esse burburinho
Por Rafael Farias Teixeira para Pequenas Empresas & Grandes Negócios
Clara Shih
, CEO da Hearsay Labs e autora do livro “The Facebook Era”, é uma grande entusiasta do Facebook e toda sua gama de utilidades. Escolhida como uma das mulheres mais influentes em tecnologia em 2010 pela revista americana Fast Company, Clara participou hoje (18) do Digital Age 2.0, conferência internacional sobre comunicação e marketing na era digital, e falou sobre algumas tendências verificadas nos Estados Unidos. Uma delas é o uso, por parte das pequenas empresas, de páginas do Facebook como seus próprios websites , o que acaba acontecendo por escassez de recursos financeiros e humanos dos empreendimentos. Dentre os benefícios dessa tendência, a facilidade na interação com os consumidores e uma maior eficiência na divulgação da empresa, em detrimento de uma home page pouco atualizada.A palestrante ressaltou também os benefícios de anunciar no Facebook, que oferece ferramentas para identificar exatamente o público-alvo de cada produto ou serviço, o que ela chamou de hypertargeted social marketing, em que basta selecionar as características de seu consumidor (sexo, idade, etc) para alcançá-lo.
Clara também comentou como algumas empresas acabam se apressando e, por fim, fracassando nas redes sociais. “Negócios de todos os tamanhos pulam etapas de organização de estratégias e vão direto para as redes sociais e depois acabam desistindo por falta de planejamento”, afirma.
E, por último, fez às vezes de oráculo, prevendo uma nova funcionalidade para o Facebook. “Isso ainda não aconteceu, mas quando o Facebook estender sua camada de identidade para sites de busca será algo muito poderoso. Nós iremos fazer pesquisas e nossos resultados serão hierarquizados pelas nossas redes de contatos. Poderemos saber o que nossos amigos andaram comprando, por exemplo, e tomar decisões a partir disso. Pra mim este será o futuro”.
Abaixo, a entrevista que Clara concedeu a Pequenas Empresas & Grandes Negócios.
Você comentou que pequenas empresas americanas utilizam as páginas do Facebook como seus próprios websites. Mas como usar essa página como complemento de um site?
As empresas usam essas páginas para fazer o que normalmente não faziam com seus clientes. Primeiro, se relacionar e interagir com eles, enviando, por exemplo, mensagens de “feliz aniversário”, cultivando esse relacionamento. Outra possibilidade é atrair visitas para o seu site, já que a página tem um ótimo posicionamento nos sistemas de busca, além de muitos usuários. E, por último, é uma ótima ferramenta para testar novas campanhas publicitárias, saber como seu público vai reagir e, assim, receber feedbacks.
É possível fazer networking por meio do Facebook e interagir com pessoas que podem ser importantes para o seu empreendimento?
Depende muito da cultura do país e de como as pessoas vão aceitar o convite de um completo estranho. A melhor forma é fazer pesquisas por meio de páginas de empresas, talvez conhecidos de conhecidos. Mas melhor do que tentar fazer conexões aleatórias, é complementar o networking pessoal com o Facebook.
Há diferenças em como pequenas e grandes empresas devem interagir no Facebook?
Há muitas diferenças e semelhanças. Uma semelhança é que os dois tipos de negócio devem usar o marketing hupertargeted, usando as ferramentas da rede social para escolher exatamente o público que quer atingir e se comunicar com ele. Uma grande diferença é a disparidade de recursos investidos nessa área. Uma grande empresa provavelmente poderá ter uma equipe trabalhando nesse sentido, enquanto nas pequenas empresas, muitas vezes é o próprio dono que faz esse papel.
Como saber quais recursos usar no Facebook para divulgar sua marca? A melhor forma é contratar alguém?
Mesmo que você acabe contratando alguém, você ainda precisa aprender sobre a rede navegando por conta própria. Muitas pessoas estão se intitulando como “especialistas em redes sociais” e você pode investir muito dinheiro nesse tipo de serviço sem ver qualquer resultado. Se você utilizar o Facebook como consumidor entenderá melhor sua realidade e poderá exigir algum resultado.
Toda empresa precisa participar de todas as redes sociais?
Antes você precisa analisar em qual, ou quais delas, seu público-alvo está presente. Invista naquelas onde seus possíveis consumidores estão, em vez de se desgastar com muitas sem nenhum retorno. E para algumas empresas não vale a pena estar presente em nenhuma delas. É o caso de negócios relacionados à saúde. Ninguém vai querer saber se você está se tratando de uma doença em um determinado local.
Ou saber que você frequenta uma determinada clínica de desintoxicação...
Exatamente. Ninguém vai se tornar fã de uma doença. Não faz sentido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário